"BR-101 no Espírito Santo: A Duplicação Prometida e a Realidade da Indiferença"
O governador Renato Casagrande (PSB), em entrevista à TV Gazeta no dia 12 de dezembro de 2024, afirmou que os trechos mais perigosos da rodovia seriam duplicados.
A recente apresentação do novo contrato de concessão da BR-101 no Espírito Santo pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) gerou expectativas, mas também levantou uma série de questionamentos sobre a eficácia do planejamento e a real intenção das autoridades responsáveis. O governador Renato Casagrande (PSB), em entrevista à TV Gazeta no dia 12 de dezembro de 2024, afirmou que os trechos mais perigosos da rodovia seriam duplicados. Contudo, essa promessa foi rapidamente colocada em dúvida, especialmente com a omissão do trecho mais crítico, localizado entre Iconha e Rio Novo do Sul, no sul do estado.
A Duplicação Prometida: Um Engano?
Os 478 quilômetros da BR-101 no Espírito Santo estão sob a concessão da Eco101 desde 2013, e, ao longo desses anos, os moradores e motoristas têm enfrentado os perigos de um trecho de estrada que exige atenção urgente para garantir a segurança de todos. A promessa de duplicação é uma das principais demandas da população, que busca soluções para reduzir o alto índice de acidentes e mortes registrados nessa via essencial. Porém, ao analisar o novo contrato de concessão, a duplicação de todos os trechos da rodovia foi descartada.
Em seu discurso, Casagrande indicou que os trechos mais perigosos seriam priorizados na duplicação. No entanto, o trecho entre Iconha e Rio Novo do Sul, considerado um dos mais arriscados da BR-101, não foi incluído na lista dos trechos a serem duplicados em um futuro próximo. Para os moradores da região, e para todos que trafegam por essa área, isso é um duro golpe, pois a falta de infraestrutura adequada continua a colocar vidas em risco.
A Realidade da Praça de Pedágio: A Cobrança Não Para
Embora o estado não consiga garantir a duplicação de um trecho crítico, a cobrança do pedágio permanece firme e forte, sem alterações. A Eco101 continua a arrecadar recursos com os motoristas que circulam pela BR-101, sem que, de fato, um planejamento concreto para a duplicação de trechos importantes tenha sido efetivamente apresentado. O pedágio, que tem como objetivo financiar melhorias e obras na rodovia, segue sendo cobrado enquanto muitos motoristas enfrentam um percurso perigoso, sem qualquer perspectiva de solução a curto prazo.
Este cenário não só causa frustração, mas também revela uma falha no compromisso com a segurança pública e com o bem-estar da população capixaba. A cobrança do pedágio, aliada à falta de melhorias significativas na infraestrutura, coloca em xeque a transparência da concessão e o cumprimento das promessas feitas durante a assinatura do contrato em 2013.
O Papel das Autoridades Locais e a Responsabilidade de Casagrande
A insatisfação dos moradores e motoristas capixabas é justificada. O trecho entre Iconha e Rio Novo do Sul é, sem dúvida, um dos pontos mais perigosos da BR-101, e a omissão de sua duplicação no novo contrato é uma falha grave do governo estadual e da concessionária Eco101. O governador Casagrande, ao prometer a duplicação dos trechos mais perigosos, precisa ser mais transparente com a população. A falta de ação concreta, especialmente em relação a um trecho tão crítico, só reforça a sensação de abandono da administração pública em relação à infraestrutura do estado.
*O vereador Hélio Carlos Scheidegger, do PL,se manifestou com veemência sobre o assunto, chamando a atenção para o que ele considera um descaso com a população. Ele destacou que a promessa de duplicação foi vazia e que a cobrança do pedágio não pode ser justificada enquanto a segurança nas rodovias continua a ser negligenciada.
Conclusão: O Estado Merece Respostas Concretas
A BR-101 é uma das rodovias mais importantes do Espírito Santo, sendo vital para o transporte e a economia do estado. A promessa de duplicação de trechos mais perigosos não pode ser uma mera retórica política. A população capixaba merece mais do que palavras vazias. A segurança nas rodovias deve ser uma prioridade, e o governo estadual, junto à concessionária Eco101, precisa apresentar um plano realista e eficaz para a duplicação da BR-101, especialmente no trecho entre Iconha e Rio Novo do Sul, que é amplamente reconhecido como um dos mais críticos.
É hora de exigir que as promessas sejam cumpridas e que o pedágio, cobrado de maneira implacável, seja revertido em obras reais que tragam segurança e qualidade de vida para todos os motoristas e moradores da região. O Espírito Santo não pode continuar a ser refém de promessas não cumpridas.